quarta-feira, 13 de abril de 2016

AR DE NOTURNO, DE FEDERICO G. LORCA



AR DE NOTURNO



Tenho muito medo

das folhas mortas,

medo dos prados

cheios de orvalho.

eu vou dormir;

se não me despertas,

deixarei a teu lado meu coração frio.

O que é isso que soa

bem longe?

Amor. O vento nas vidraças,

amor meu!

Pus em ti colares

com gemas de aurora.

Por que me abandonas

neste caminho?

Se vais muito longe,

meu pássaro chora

e a verde vinha

não dará seu vinho.

O que é isso que soa

bem longe?

Amor. O vento nas vidraças,

amor meu!

Nunca saberás,

esfinge de neve,

o muito que eu

haveria de te querer

essas madrugadas

quando chove

e no ramo seco

se desfaz o ninho.

O que é isso que soa

bem longe ?

Amor. O vento nas vidraças,

amor meu!

4 comentários:

chica disse...

Maravilho90so!!! Lindo dia! bjs, chica

Anônimo disse...

Cada vez estás melhor, Renata...e não falo só dos poemas, não, mas também da inspiração!

MARILENE disse...

Não conhecia o poema e me encantou. Quando leio algo que me toca gostaria de ter sido a autora (rss). O sentir provocado pela poesia é bem pessoal e nos fala fundo. Amei! Bjs.

Mirtes Stolze. disse...

Boa noite Renata.
Cada vez gostando mais de ler os poemas, desse lindo espaço, maravilhoso. Uma feliz quinta- feira. Enorme abraço.